Inovação que melhora a intervenção dos grupos de teatro comunitário

mar 4, 2019

Percebemos desde o iniciou no trabalho feito com o teatro para mobilização social lacunas. Os grupos são recrutados para preencher um espaço que é uma parte na ideia geral. Em muitos dos casos, os grupos não percebem o alcance da sua intervenção. Mas o mesmo grupo de teatro é que leva para as comunidades as mensagens que foram desenhadas pelos grupos de referência das ONG’s, dos ministérios e outros seguimentos da sociedade, em outras palavras, são confiados aos grupos de teatro, “a Palavra” naquele lugar, naquela comunidade. Percebendo isto, o Ouro Negro em Palco desenhou uma estratégia de intervenção que assenta na melhoria da qualidade organizativa e da performance do grupo. Para nós, encontra-se o Impacto quando os grupos, que são os protagonistas, conseguem reflectir sobres suas acções, analisar e melhorar sua performance. A nossa acção desde que começamos em 2017 com o Ouro Negro em Palco, ajudou os grupos a pensar seu trabalho, planificar melhor e reflectir a sua performance, para conseguirem melhorar. Primeiro: analisamos em conjunto este aspecto relacionado ao lado artístico do actor, o amor por grandes multidões e audiências que é inerte ao ser actor de teatro, ao ser estrela e aos aplausos e a ribalta. Discutimos o conceito do impacto; São grandes números de espectadores numa grande sala, comunidade, mercado, sem poder ouvir devidamente, e a seguir sem espaço de debate ou troca de ideias sobre o problema apresentado. Ou impacto seria uma actuação para um público menor, num espaço ainda que seja aberto todos tenha a possibilidade de ouvir e interagir com os actores? Iniciamos este debate em 2017 quando começamos, com objectivo de encontrar um conceito comum do que é Impacto, alguns sentiram-se contrariados, o lado artístico abalado. Mas concordamos que a nossa intervenção, levaria como estratégia, actuar para grupos pequenos de raparigas, rapazes, Matronas, Líderes Comunitários e Religiosos, Pais, como forma de impulsionar maiores debates sobre os temas dos espectáculos.

O segundo aspecto foi em relação a apropriação dos instrumentos criados para partilha de ideias, conhecimentos e a circulação da informação entre os integrantes do projecto Ouro Negro em Palco. Quando nos referimos a instrumentos, falamos de fichas de espectáculos aplicativos Ouro Negro, correio electrónico e os circuitos menos formal, o WhatsApp. O grupo de teatro viu os instrumentos como mecanismo de controlo. Criados pela coordenação para gerir e controlar a realização de espectáculos. Criamos sessões com os grupos, onde explicamos, que os instrumentos foram criados como mecanismo de apoio. Baseado neles, os grupos podem analisar, avaliar os resultados encontrados na apresentação do espectáculo, e melhorar o próximo. Alguns grupos avançaram e outros não. Não avançaram, principalmente, porque as fichas e outros materiais eram de uso exclusivo do coordenador, chefe do grupo. Não foram tidas em contas as recomendações, não conseguimos fazer com que, os grupos usassem as fichas como mecanismo de apoio, as fichas foram usadas com controlo e sem reflexão conjunta com os integrantes do grupo de teatro depois do espectáculo realizado.

Terceiro: fraco domínio das TIC’s a intervenção obrigou aos grupos a esforçarem para dominar o mínimo exigido para conseguires interagir no mundo virtual usando as plataformas sociais. Foram criados emails, criados grupos de WhatsApp, a interacção obrigatória no aplicativo Ouro Negro, a planificação usando Google Calendar. Estas novidades foram reconhecidas por todos intervenientes como sendo uma boa prática, mas, em vários momentos foi o calcanhar do Aquiles. Os grupos não conseguiram ainda adoptar a filosofia de trabalho trazida pelo Ouro Negro, não entenderam também a importância dos instrumentos de partilha de conhecimento e interacção, para a consequente melhoria dos níveis de actuação. Em geral podemos concluir dizendo, mesmo tendo havido muita coisa nova durante estes dois anos da implementação do Ouro Negro em Palco, entre tantas coisas que faltaram, apenas uma merece destaque, a falta de Atitude, este é o nosso maior desafio para os tempos futuros na implementação do programa.


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