Produtores da RC Gorongosa tornam-se referência para pessoas que sofrem de Fístula e HIV

set 3, 2018

Quando iniciou a implementação do Ouro Negro ao Vivo em Gorongosa, em Abril de 2018, ninguém imaginava que o programa pudesse vir a ter grande repercussão.

A fistula obstétrica foi um dos temas que no arranque do pojecto constituíam novidade até para os produtores e poucos imaginavam que em Gorongosa existissem mulheres com esse problema de saúde. O mistério foi quebrado quando a equipa conseguiu identificar e convencer uma mulher que há bastante tempo sofria calada, para partilhar a sua experiência no programa.

A mulher conta que por causa das complicações no parto foi transferida de Gorongosa para hospital de Nhamatanda onde foi constatado que o fecto já havia perdido a vida. Devido a falta de condições hospitalares para intervenção cirúrgica, ela foi transferida para Hospital Central da Beira, onde depois da cesariana foi diagnosticada fistula obstétrica. Na altura, o hospital recomendou-lhe que aguardasse em casa pela recuperação da cesariana para depois ser submetida ao tratamento da fístula. Porém, a mulher nunca mais ao hospital regressou porque, segundo conta, o marido alega não ter condições financeiras. Enquanto isso, o marido pediu a separação, alegadamente porque não suporta “o cheiro dela”. A situação agravou-se ainda mais quando o marido decidiu “casar” outra mulher. Ela continua na mesma casa, mas separada do marido.

Enquanto contava a história, a emoção tomou conta dela e dos produtores. A convidada chorou copiosamente aos microfones da radio. A história atraiu outras tantas da mesma e de outras temáticas, como HIV.

As experiências do Ouro Negro ao Vivo na Rádio Comunitária de Gorongosa foram partilhadas num encontro de harmonização do processo de produção do programa nas oito rádios comunitárias de Sofala envolvidas no projecto, realizado em meados de Julho, na cidade da Beira.

O projecto Ouro Negro ao Vivo em Sofala iniciou em Abril e vai até Outubro do corrente ano, envolvendo as rádios de Gorongosa, Dondo, Marromeu, Chibabava, Pax, Nhamatanda, Caia e Chiveve.

Até ao fim projecto, cada Rádio deverá produzir e transmitir 30 programas. Para além da transmissão na rádio que produz, os programas são enviados e retransmitidos noutra rádio distrital que partilha a mesma língua. Os programas são igualmente colocados no Soundcloud e partilhados no Facebook, com objectivo de ampliar a audiência.


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